Todos os dias se ouve falar em empatia e na importância de sermos empáticos. Contudo, o que é a empatia, afinal? A empatia é, simplesmente, a capacidade que o ser humano tem de se colocar no lugar no outro. Num mundo cada vez mais individualizado em que, infelizmente, estamos habituados a olhar apenas para os nossos próprios interesses, quase numa luta pela sobrevivência do mais forte, como dita Charles Darwin, a capacidade de sermos empáticos torna-se ainda mais importante e diferenciadora na nossa relação com os outros.
Todos somos seres únicos e irrepetíveis, daí que a ideia de igualdade seja sempre uma falácia. Como podemos esperar igualdade quando temos pensamentos, personalidades, estilos de vida, gostos, atitudes, formas de olhar o mundo, entre tantos outros aspetos, tão distintos? Todos somos um resultado no nosso passado, das nossas vivências e das nossas aprendizagens. Ainda assim, essa diferença, nunca nos deve impedir de ser empáticos e compreensivos em relação ao outro. Já dizia Thomas Merton que nenhum homem é uma ilha, essa sim, uma verdade irrefutável. Para que seja possível a nossa vida em sociedade e para que possamos prosperar enquanto indivíduos e profissionais, todos precisamos uns dos outros. É precisamente para atingir esse ponto de entendimento que a empatia, mais uma vez, se torna de vital importância.
Assim, mesmo que não concordemos com este ou aquele ponto de vista, esta ou aquela opinião, nunca devemos ser extemporâneos na nossa reação e devemos contrariar aquele que é o nosso primeiro instinto. Devemos parar e ser empáticos. Devemos tentar perceber o que levou aquela pessoa a fazer aquele comentário, porque é que ela defende determinado ponto de vista. Na maior parte dos casos existe uma explicação lógica, ainda que, neste momento, não a saibamos. Situações haverá em que o consenso nunca será atingido, o que também não é prejudicial. A minha verdade não tem de ser mais real que a tua e vice-versa, as duas podem existir, sem que nenhuma delas esteja errada. O que muda sempre é a perspetiva. Outras vezes há, em que a empatia faz toda a diferença e permite atingir um consenso que sempre pareceu inatingível. Seja em que caso for, o poder da empatia está ao alcance de todos, basta que estejamos dispostos a usá-lo.
Por Armanda Bragança