1. Ato ou efeito de errar.
2. Aquilo que resulta de uma má compreensão ou de análise deficiente de um facto ou de um assunto. = Engano, Incorreção, Inexatidão
3. O que está imperfeito ou mal feito. = Defeito, Falha, Imperfeição, Solecismo
4. Diferença entre o valor real e o valor calculado ou registado por observação.
5. Desvio em relação a uma norma (ex.: erro ortográfico).
6. Afastamento do que é considerado o bom caminho ou a boa conduta. = Desvio, falha
7. Atitude ou comportamento considerado reprovável do ponto de vista moral. = Falha, Pecado
"erro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2024.
Fomos criados para encarar a palavra erro como algo pejorativo. É inegável que no decorrer da nossa vida sempre nos incutiram que, apesar de errar ser humano, é também algo que deve ser evitado. Além disso, em crianças, a palavra erro estava frequentemente ligada à de castigo, o que sedimentou, ainda mais, este sentimento de que errar é mau, é prejudicial, é algo que todos devemos evitar. Assim, muitos de nós fomos levados a acreditar que errar é mau, pelo que almejamos nunca errar. Enquanto isso, outros tratam os ditos erros por tu e as suas vidas não passam de uma soma, precisamente, de erros, aos olhos dos seus pares. Sendo assim, como é possível que algumas pessoas lidem tão bem com o erro constante? Como é que algumas pessoas conseguem errar e avançar como se nada fosse, como se os erros constantes não fossem um âncora que as puxa para o fundo?
Provavelmente, o segredo é simples.. Estas pessoas, mais do que encarar o erro como uma fatalidade, uma falha, um defeito ou um pecado, olham para este como uma oportunidade de aprendizagem, de crescimento e de evolução. E a questão é que, se formos honestos e verdadeiros com nós próprios, conseguimos facilmente perceber esta forma de pensar e de encarar a vida, até porque a história já nos provou que, muitas vezes, as melhores descobertas, as evoluções mais disruptivas, nasceram, precisamente em resultado de erros. A penicilina, por exemplo, foi descoberta por Alexander Fleming, em 1928, porque este, na sua busca por substâncias que matassem bactérias em feridas, durante umas férias, por esquecimento, deixou o seu material de estudo desprotegido em cima de uma mesa. Quando voltou percebeu que uma das culturas tinha sido contaminada por um fungo e que uma substância nesse fungo tinha matado as bactérias. Assim nascia a penicilina.
Outra possibilidade são os famosos post-it que todos já usamos. Diz a história que estes famosos papéis que colam tiveram origem quando Spencer Silver, da multinacional norte-americana 3M, tentava desenvolver um adesivo forte. O problema é que o investigador não conseguia criar um. O melhor que conseguiu foi um adesivo fraco, que conseguia colar e descolar. Frustrado com o erro, deixou a criação de lado. Em 1970, o seu colega Arthur Fry procurava um marcador de páginas que fosse adesivo, mas que não estragasse o papel quando as anotações fossem removidas. Foi aí que se lembrou da invenção errada de Silver e desenvolveu o primeiro post-it da história.
Estes são apenas dois exemplos de vários que podiam ser dados e que nos ajudam a perceber que, de facto, muitas vezes, as grandes oportunidades surgem de erros ou de tentativas menos conseguidas. Assim, todos os erros são, no mínimo, uma oportunidade para crescermos e aprendermos por forma a que estes não se voltem a repetir. É por tudo isto que nunca devemos olhar para os erros como um obstáculo, mas sempre como uma oportunidade de melhoria e inovação.
Já pensou o quão monótona seria a vida se nunca errássemos e se tudo fosse perfeito? Por isso permita-se errar, crescer, evoluir, regenerando vidas com amor e equilíbrio.
Por Armanda Bragança