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Como alinhar a vida profissional e pessoal

5 de Setembro, 2024
Quando somos mais jovens temos pressa para crescer. Todos queremos trabalhar e ser independentes, não ter de prestar contas a ninguém, podermos tomar as nossas próprias decisões e gastar o nosso dinheiro onde bem entendemos. Quão inocentes somos… Se soubéssemos como é a vida adulta e quão difícil é alinhar a nossa vida profissional com a nossa vida pessoal pediríamos que a nossa juventude e dependência dos nossos pais se prolongasse eternamente. Infelizmente, o choque com a dura realidade surge demasiado tarde e nada podemos fazer além de dar o nosso melhor para que estas duas dimensões vitais da nossa vida não colidam e para que sejamos capazes de responder às expetativas que nós e os outros temos sobre elas. 
A verdade é que, com o passar dos anos, a vida pessoal e profissional é cada vez mais repleta de responsabilidades e dependências. À medida que vamos crescendo, crescem também as nossas ambições e, com elas, as responsabilidades, os problemas e as dores de cabeça, pelo que dar resposta a todas estas necessidades requer esforço e empenho. Mesmo quando estes existem não conseguimos evitar que surjam situações de stress e ansiedade quando a vida profissional e pessoal entram em conflito.
Mas será possível equilibrarmos, efetivamente, a nossa vida pessoal com a nossa vida profissional? Este é um dos maiores desafios e ambições de qualquer profissional do século XXI. Contudo, este será apenas um sonho ou pode ser uma realidade? É possível sermos profissionais bem-sucedidos e, em simultâneo, desfrutarmos da nossa vida pessoal e familiar? É possível darmos o melhor de nós na nossa profissão e ainda termos tempo e paciência para as birras dos filhos, a realização das tarefas domésticas, trabalharmos no romance e na manutenção da nossa relação a dois?

A verdade é que sim. Quantas vezes olhamos para o lado e pensamos: “Como é possível que aquela pessoa consiga realizar tantas tarefas, que tenha tempo para tanto, e eu não consiga terminar uma tarefa apenas, que eu não tenha tempo para nada? É muito estranho, uma vez que o tempo é exatamente o mesmo para ambos”. Assim, ainda que não exista nenhuma solução milagrosa que irá responder às necessidades de todas os indivíduos e profissões, existem uma série de estratégias que todos podemos adotar no sentido de minorar o problema. Desde logo devemos optar por planear devidamente a nossa semana, definindo as tarefas a realizar na nossa vida profissional e pessoal. Ainda que, para muitos, um correto planeamento possa parecer uma perda de tempo, a verdade é que a realização de um planeamento semanal é um hábito essencial que todos devemos manter, por forma a sermos capazes de maximizar o nosso tempo. De salientar que esse planeamento, para além de organizar os planos profissional e pessoal da nossa vida, deve contemplar também tempo para a família, amigos, tempo de descanso e tempo para nós mesmos. A forma como cada um de nós opta por realizar esta tarefa é uma decisão pessoal de cada um, ainda que seja óbvio que é mais eficiente a utilização de uma agenda digital em detrimento de uma em papel, uma vez que, mais facilmente, pode ser atualizada e reajustada mediante as necessidades. 
Além disso, as tarefas devem ser organizadas em virtude do seu nível de importância e prioridade, até porque nem tudo tem a mesma importância e nem tudo pode ser feito ao mesmo tempo. Por conseguinte, devemos fixar, em primeiro lugar, as tarefas obrigatórias e inadiáveis, colocando, no final, as tarefas que podem ser realizadas nesse ou em outro dia, caso surja algum imprevisto que impeça a sua concretização no dia pensado, sem que o seu adiamento cause qualquer constrangimento. Desta forma nenhuma tarefa importante nos irá escapar e seremos capazes de organizar, de forma mais eficaz, o nosso tempo. Por forma a que nos seja mais fácil e rápida a perceção da escala de importância criada podemos enumerar as tarefas ou, simplesmente, utilizar um sistema com cores diferentes.
Para além do planeamento, é de vital importância que definamos limites, tanto para a nossa vida profissional como familiar, uma vez que, com estes conseguiremos ser mais realistas no que concerne à quantidade de tarefas a concretizar. Não devemos sobrecarregar o nosso calendário ou o nosso corpo e mente não conseguirão lidar com a pressão. Assim, é importante que definamos períodos de pausa e que estabeleçamos dias e momentos de descanso. Uma política de autocuidado permanente é essencial para o sucesso de qualquer plano. Se não estivermos bem com nós mesmo, como seremos capazes de nos dedicar aos outros? Assim, uma vez definidos estes períodos de descanso não devemos prescindir deles, uma vez que o cumprimento destes limites é um passo fundamental para encontrar o equilíbrio na nossa vida.  

É por isso tão importante que saibamos dizer não: “Não, não consigo realizar essa tarefa”; “Não, não consigo fazer isso agora”; “Não, não tenho conhecimentos suficientes para conseguir concretizar esse plano”. Não devemos ter medo de recusar compromissos ou tarefas que possam interferir com o equilíbrio que conseguimos atingir entre a nossa vida pessoal e profissional. É também esta capacidade de dizer que não que vai permitir, muitas vezes, que não fiquemos sobrecarregados e assoberbados, e que possibilitará que usufruamos das pequenas pausas, pequenos intervalos em que poderemos relaxar e recarregar as energias. Alguns minutos de descanso podem fazer uma grande diferença na nossa capacidade produtiva e no nosso nível de bem-estar.
Por fim, não devemos ter vergonha de pedir ajuda para a realização de algumas tarefas, sendo que também devemos ter a coragem de delegar a realização de outras. Não temos de ser nós a fazer tudo, por muito que pensemos que ninguém será capaz de realizar determinada tarefa tão bem quanto nós. Outros, porventura, poderão pensar que delegar tarefas é um sinal de fraqueza. Esta é uma decisão difícil para muitos de nós, ainda que, muitas vezes, este seja precisamente o segredo para o sucesso do nosso plano. Se existem membros na nossa equipa pessoal ou profissional capazes de realizar diligentemente determinada tarefa porque os devemos impedir de o fazer e sobrecarregar, ainda mais, o nosso dia? Se pertencem à nossa equipa é porque lhes reconhecemos capacidades e virtudes que podem ser colocadas no terreno em prol do bem comum. 
Com a azáfama dos dias e a vida agitada que levamos, facilmente conseguimos deixar de reconhecer a linha tênue que separa a nossa vida pessoal da nossa vida profissional. Não pensamos e mergulhamos de cabeça nas nossas paixões e responsabilidades sem percebermos que precisamos de nutrir outras áreas da nossa vida. E é também um facto que não temos de sacrificar a produtividade em prol do lazer. Temos apenas de reconhecer que cuidar nós e reservarmos tempo para relaxar e recarregar energias é fundamental para alcançarmos o nosso melhor desempenho em todas as áreas da nossa vida. Assim, da próxima vez que sentir o peso da responsabilidade sobre seus ombros, que sentir que está prestes a explodir e que já não aguenta mais dê um passo atrás, pare e respire fundo. Permita-se o luxo de uma pausa e de ficar só com os seus pensamentos. É uma verdade inegável que o seu eu futuro lhe irá agradecer essa atitude.

Por Armanda Bragança

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